Entenda o que é demissão silenciosa ou quiet quitting
03 de fev. de 2023

Entenda o que é demissão silenciosa ou quiet quitting

O termo demissão silenciosa, ou quiet quitting, esteve em alta em matérias de jornais, portais e redes sociais nos últimos meses. 

A origem da popularização do termo aconteceu depois da postagem de um vídeo na rede de entretenimento TikTok.

No vídeo, um jovem da cidade de Nova York faz uma explicação do conceito: “você abandona a ideia de se superar no trabalho, continua a cumprir suas obrigações, mas sem aderir à cultura do burnout [esgotamento mental que acometeu a diversos profissionais durante a pandemia do Covid-19] que determina que o trabalho deve ser sua vida. O seu valor enquanto pessoa não é definido pelo seu trabalho”.

O vídeo teve 3,5 milhões de visualizações e quase 500 mil curtidas. Além disso, a hashtag #quietquitting foi visualizada cerca de 159 milhões de vezes na plataforma.

Foi a partir de toda essa repercussão que a maneira como os funcionários enxergam as suas rotinas de trabalho entrou nas pautas de discussão. 

O conceito sugere que as demandas sejam feitas normalmente, sendo cumpridas de maneira adequada, mas sem o acúmulo de novas funções ou a necessidade de ficar por horas a mais no expediente. 

O quiet quitting, nesse sentido, seria uma nova maneira de enxergar os modelos de trabalhos comuns atualmente e que também foram potencializados com o isolamento social e o formato home office. 

Há muitos profissionais que preferem a opção de trabalhar em casa, enquanto outros relatam ter dificuldades de separar o pessoal e o profissional, e que isso gera horas exaustivas de trabalho, cenário esse que é frequentemente relatado no Brasil e apresentado nos resultados de pesquisas.

Estudo realizado pela Infojobs sobre o período pós-pandemia mostrou que 69% dos entrevistados sentem-se exaustos física e/ou mentalmente quando o assunto é trabalho. 

Neste artigo vamos explicar o que é a demissão silenciosa e quais são os impactos dela para as empresas.  

Surgimento da demissão silenciosa

Apesar de ter sido popularizada recentemente, esse termo não é totalmente novo, tendo o seu ápice principalmente nos últimos anos.  

Como já mencionamos, o trabalho no modelo home office foi um dos principais fatores do surgimento desse sentimento por parte dos funcionários que estavam acostumados a levar rotinas excessivas de trabalho diariamente. 

O surgimento de demandas fora do horário, por exemplo, passou a fazer parte da realidade de muitos profissionais, já que o ‘escritório’ agora ficava dentro de casa. 

O novo status dado ao burnout pela Organização Mundial de Saúde (OMS) também se relaciona com o tema. Reconhecido como uma síndrome desencadeada pelo excesso de trabalho, o problema passou a fazer parte da vida de milhares de pessoas.

Mas, há um ponto importante de se destacar, pois, apesar de usar as palavras “demissão” e “silenciosa”, não é esse o real significado do termo, já que o profissional não tem a intenção de pedir demissão ou mesmo de agir para que a empresa o demita.

Na realidade, o movimento de quiet quitting  estimula um comportamento muito diferente da expressão conhecida como “vestir a camisa da empresa”, mas cumprir suas funções e demandas dentro do acordado.

Os profissionais adeptos realizam as suas atividades diárias sem se dedicarem com projetos que fogem do seu escopo ou horas diariamente. 

Como a demissão silenciosa afeta as empresas 

O primeiro e mais evidente impacto da demissão silenciosa é a diminuição da produtividade. 

Aqueles funcionários que estiverem se envolvendo minimamente irão realizar menos entregas e podem inclusive afetar colegas que estejam mais engajados. 

E neste ponto o quiet quitting diz muito sobre o que precisa ser melhorado na gestão.

Quando os funcionários estão menos engajados e com entregas atrasadas, por exemplo, uma alternativa para tratar o problema é ter um diálogo claro e objetivo. 

A sensação de desânimo pode acontecer pela falta de motivação e estímulos, como treinamentos e integração entre as equipes, salários abaixo do mercado ou até por uma quantidade de funções que não condiz com a quantidade de horas trabalhadas por dia. 

Uma das melhores maneiras de entender se sua empresa passa por essa situação é promover a realização de pesquisas de clima organizacional, para saber como os funcionários estão se sentindo. Além disso, recomenda-se a realização de campanhas que abordem a importância do cuidado com a saúde mental no ambiente de trabalho.

O equilíbrio entre a vida profissional e pessoal precisa existir e é também de responsabilidade da gestão da empresa e do setor de Recursos Humanos falarem sobre esses limites, já que eles afetam a empresa em sua totalidade. 

E você, já conhecia o termo demissão silenciosa? 

Continue acessando o nosso blog para ficar por dentro das novidades do mundo do trabalho. 

Compartilhar

Comentários para este post