Plástico: reciclar ou não consumir, qual a melhor opção?
03 de jun. de 2020

Plástico: reciclar ou não consumir, qual a melhor opção?

por Daniel Rigonatto (Diretor Executivo)

Mesmo estando presente na sociedade há mais de 20 anos, o termo sustentabilidade, ou desenvolvimento sustentável, ainda não é totalmente compreendido por todos, principalmente quando se trata da necessidade de mudanças de comportamento. Um exemplo disso é a grande utilização de plástico ainda nos dias de hoje. 

Estima-se que o plástico esteja presente em nossas vidas desde a década de 1950. E depois de tantos anos em nosso cotidiano, fica até difícil de imaginar como seria a vida sem este material, não é mesmo?

Com o avanço das tecnologias de extração do petróleo em solo e no mar, o plástico passou a ser fabricado em quantidades cada vez maiores, resultando na queda do custo de produção e na maior viabilização deste material. 

Com uma maior quantidade de plástico no mercado, produtos fabricados em madeira ou metal, por exemplo, foram dando lugar a produtos plásticos.

A consciência ambiental

Infelizmente, poucas pessoas hoje em dia possuem a consciência de que a quantidade de plástico que geramos atualmente é muito maior do que nossa capacidade de reciclagem. 

Como resultado do grande consumo de plástico, os aterros sanitários acabam lotados com toneladas desse material, que permanecerá inutilizado por mais de 400 anos — tempo médio para sua decomposição.

Para você ter uma visão mais clara de quanto tempo o plástico demora para se decompor, eu vou dar um exemplo: nesta semana, eu recebi de um tio a árvore genealógica da minha família, que desembarcou no Brasil por volta de 1857 vinda da Áustria e Itália. 

De acordo com meu tio, entre o ancestral mais antigo a pisar em terras brasileiras até o mais jovem integrante de nossa família no Brasil, passaram-se cerca de 163 anos.

Agora imagine comigo, se na época o meu tataravô tivesse descartado um material plástico, hoje, em pleno 2020, esse composto ainda não teria atingido metade de sua vida de degradação.

Isso é muito tempo, não acha?  

A reciclagem de plástico 

De acordo com a marca de produtos sustentáveis Beegreen, apenas em 2015, o mundo gerou 381 milhões de toneladas de plástico. Somente o Brasil produz, por ano, mais de 10 milhões de toneladas de resíduos plásticos. 

O que mais preocupa é que de todo este plástico descartado, nem 20% é reciclado, já que grande parte dos resíduos são incinerados ou inutilizados. 

 

produção de plásticoFonte: begreen

 

Ao conferir o quadro acima você pode estar se perguntando: “por que os números da reciclagem são tão baixos?”. 

A resposta é muito simples: porque o custo deste processo é alto demais.

O aumento na produção de petróleo e a diminuição do consumo de combustíveis fósseis na europa faz com que a fabricação do plástico novo seja mais vantajosa economicamente do que o investimento na reutilização do material.

A partir daí, podemos notar que a melhor solução para lidar com a questão do plástico não são os processos de reciclagem, mas sim a redução do consumo deste componente.

Mas afinal, o que pode ser feito a respeito?

Nós sabemos que as empresas representam grande parte dos consumidores de copos plásticos. E até pouco tempo atrás, a RH Center fazia parte deste grupo. 

Afinal de contas, dentro das organizações é comum ter copos plásticos próximos aos bebedouros de água e garrafas de café, e na RH Center não era diferente.

Não podemos negar que os copos plásticos e pratos descartáveis oferecem grande praticidade, evitam sujeira e facilitam o trabalho de limpeza. Contudo, poucas pessoas se lembram que a utilização excessiva desses utensílios plásticos faz um grande mal ao meio ambiente.

Todos os anos, nosso país é responsável por produzir 100 mil toneladas de copos plásticos. E como o custo de reprocessamento deste material é alto, você já pode imaginar que os níveis de reciclagem no Brasil deixam muito a desejar. 

Sem contar ainda que, mesmo depois de ultrapassado o prazo de vida útil de um copo, que varia de 250 a 400 anos, o material continua na natureza em forma de micro plástico. 

Você que leu até aqui pode estar se perguntando: “então aquela lixeira vermelha na minha empresa onde depositamos os copos plásticos não ajuda em nada?”.

Pois é! Eu tive a mesma decepção ao saber que realmente ela não ajuda em muita coisa. 

Depois de saber desta informação, eu resolvi tomar uma atitude e procurar maneiras de reduzir o consumo e desperdício de copos plásticos na RH Center. 

Afinal, se tratando de uma empresa de seleção de pessoal, onde passam em torno de quatro a cinco mil pessoas todos os anos, algo precisava ser feito!

Em debates e reuniões com o grupo de lideranças, discutimos nosso compromisso de ser uma empresa melhor para a sociedade e o meio ambiente. Foi então que diversas ideias surgiram e foram logo implementadas.

E através de ações simples, porém efetivas, a RH Center conseguiu reduzir em 90% o consumo de copos plásticos no interior da empresa!

Confira quais foram nossas ações:

  • Entregamos copos de porcelana com os logotipos das nossas empresas para todos os funcionários e clientes, demonstrando nossa preocupação com a redução da utilização de copos plásticos.
  • Distribuímos centenas de eco copos decorativos laváveis para a equipe interna, além de clientes e fornecedores que nos visitavam.
  • Pedimos aos nossos parceiros que levassem para suas empresas a iniciativa dos eco copos e que abandonassem o uso desnecessário de copos plásticos.
  • Entregamos garrafas de água para todos os nossos colaboradores, que inclusive participaram da produção, escolhendo os modelos, cores e aplicações das artes. E também distribuímos as garrafas a todos os clientes como uma demonstração do nosso objetivo: todos juntos numa corrente, realizando pequenas mudanças que possam impactar nossos colaboradores, suas famílias e o mundo.

Desde muito jovem aprendi que as mudanças da sociedade começam com pequenas atitudes que nós, como membros da comunidade, podemos tomar. 

Por isso, deixo um questionamento: Quais mudanças positivas você pode realizar hoje para beneficiar as gerações futuras e o meio ambiente?

 

Daniel Rigonatto

Diretor Executivo

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